quinta-feira, 9 de maio de 2013

UNITA diz que remodelação governamental foi "precipitada"


UNITA diz que remodelação governamental foi "precipitada"

Luanda – A UNITA, maior partido da oposição em Angola, classificou nesta quarta-feira, 08, como "precipitada" a remodelação de dois ministros, entre os quais o das Finanças, anunciada na segunda-feira pela Casa Civil da Presidência angolana.

A posição da UNITA foi expressa, numa conferência de imprensa convocada para falar sobre a situação politica em Angola, pelo secretário-geral, Vitorino Nhany, que acentuou que se trata de uma remodelação que ocorre somente cerca de sete meses após a formação do executivo.

Para Vitorino Nhany, a única alteração que faz sentido foi a substituição do governador provincial de Benguela, o general Armando da Cruz Neto, exonerado por razões de saúde.
"Passados cerca de sete meses estamos a notar já remodelações. Talvez se justifique para o caso da província de Benguela, por questões de saúde, mas para os outros talvez não se justifiquem. Porque isto significa que o PR ainda não conhece os quadros com quem trabalha", disse.
O secretário-geral da UNITA considerou ainda que a remodelação não vai ao encontro do interesse dos angolanos.
"Isto entra na mesma lógica dos interesses, que para nós não são interesses colectivos. O que estamos a notar é um determinado nepotismo, porque não se justifica - por mais que tivesse habilidades para tal - que as áreas estratégicas todas estejam sob tutela dos homens afins ao Presidente", destacou.

Vitorino Nhany referia-se ao facto de o futuro ministro das Finanças, Armando Manuel, ter sido conselheiro do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e presidido ao conselho de administração do Fundo Soberano de Angola.

O professor universitário e analista político Belarmino Van-Dúnem, disse que a entrada de Armando Manuel no Executivo não deverá traduzir-se "numa mudança de políticas". "Há uma espécie de mudança na continuidade. À luz do ordenamento jurídico-constitucional angolano, o detentor do poder executivo é o Presidente, pelo que independentemente dos nomes que façam parte do governo, a política macroeconômica e financeira vai continuar a ser a mesma", defendeu.

Belarmino Van-Dúnem acredita ainda que por essa razão, a remodelação "não vai provocar constrangimentos". "Nos últimos 10 anos, a política econômica e financeira prosseguida por Angola tem dado resultados positivos, pelo que as substituições não vão alimentar clivagens", adiantou.

Na remodelação anunciada na segunda-feira, José Eduardo dos Santos exonerou ainda o ministro da Construção, Fernando Fonseca, que será substituído por Waldemar Pires Alexandre, que era coordenador adjunto da Comissão de Gestão do Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA). Quanto aos governadores provinciais, as mudanças atingiram Benguela, litoral-sul de Angola, e Namibe, sul.

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