sexta-feira, 3 de maio de 2013

Cresce a febre pelo hóquei em patins no Namibe


Desde a era colonial, a província do Namibe esteve sempre ligada à prática do hóquei em patins. À época, os clubes da antiga cidade de Moçâmedes rivalizavam ombro a ombro com os adversários de Benguela e de Luanda.
Os habitantes mais antigos da cidade têm recordações dos momentos mais marcantes da modalidade na década de 60 e 70.
Nessa altura, o pavilhão do Atlético do Namibe era pequeno para acolher os adeptos e amantes do hóquei em patins.
Antes da independência, a antiga cidade Moçâmedes tinha atletas  com um nível competitivo acima da média. Carlos Chulupa e José Sampaio foram, sem desprimor aos demais, os praticantes que mais se notabilizaram na província.
Os dois atletas tinham capacidade técnica e táctica apurada e uma leitura de jogo apurada.
Manuel Fernandes, 66 anos, manteve num dos restaurantes da cidade uma conversa com a equipa de reportagem do O PAÍS e confirmou que os dois atletas contribuíram para o desenvolvimento do hóquei em patins na cidade.
O amante e adepto da modalidade assegurou que na época colonial os campos ficavam aborrotados. “Os campos enchiam muito, porque os atletas faziam espectáculo”, afirmou.
Manuel Fernandes frisou que está satisfeito por levarem uma das séries do Mundial a província do Namibe.
Segundo o adepto, a tradição do hóquei em patins no Namibe tem muitos anos. “Sempre demos jogadores para a Selecção Nacional de Angola”, afirmou.
Quem também se mstrou satisfeito com a organização do Mundial é o presidente da Associação Provincial de Patinagem (APPN), Zeferino Guto.
O responsável fez saber que a modalidade está a revitalizar-se na cidade, apesar de haver somente dois clubes a formar.
O Atlético e o Ferroviário são, segundo o presidente, as formações que trabalham nos iniciados com crianças que vão dos 06 aos 12 anos.
Zeferino Guto disse que estão a desenvolver um projecto para massificar o hóquei em patins na província do Namibe.
“Vamos nos próximos tempos apresentar um programa para dinamizar e massificar a modalidade”, assegurou o responsável.
Os futuros praticantes da modalidade estão apostados em resgatar a tradição e o prestígio que a modalidade teve no passado.
Nas camadas de formação, os clubes têm tido apoio de algumas instituições na província. A capacidade resposta do empresariado local tem sido positivo.
Com os seus próprios meios, Álvaro Vieira impulsionou a prática da modalidade na cidade do Namibe depois da independência.
O surgimento deste projecto contribuiu para o desenvolvimento do hóquei em patins na província e no país. A primeira participação de Angola no Mundial contou com o contributo de atletas do Namibe.
Zeferino Guto afirmou que o relançaento da modalidade vai por um lado ocupar os meninos e por outro aumentar os níveis competitivos dos mesmos.
O responsável fisou ainda que a Associação provincial tem inscrita 100 crianças, mas trabalham somente com 40.
As outras 60 começam no próximo mês. Estão a espera que cheguem mais técnicos da área nos próximos dias.
O Benfica do Namibe vai também abrir uma escola para iniciados. A informação foi avançada aquando da tomada de posse da nova direcção.
Um dos objectivos do programa de massificação passa também por tirar as crianças da rua e fazer com que tenham uma formação integrada.
Zeferino Guto disse que com trabalho Angola pode fazer uma boa campanha no Mundial que começa em Setembro.
“Angola pode fazer uma boa campanha no Mundial, sendo que pode melhorar a classificação anterior”, afirmou o dirigente desportivo.
O presidente da APPN referiu que Espanha, Portugal, Argentina e Itália são os candidatos ao título, pelo facto de terem tradição nas competições internacionais.

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