segunda-feira, 20 de maio de 2013

Bibala (NAMIBE) : Mitos ou verdades?


Vista parcial da vila da Bibala
vista parcial da Bibala

A Bibala é um dos cinco municípios que compõem a província do Namibe, a par da sede, Virei, Tômbua e Camucuio. Situa-se a 168 quilómetros a norte da sede provincial é e mediático por histórias de ouvir contar que deixam qualquer transeunte com os cabelos arrepiados.

 
Quis o destino, não fosse eu jornalista, que, pela segunda vez, em menos de cinco anos, voltasse àquelas paragens, por culpa do Censo Piloto, que a região albergou, a nível daquela província. A primeira vez que lá estive foi por conta da Revista Tranquilidade, órgão ao qual, na altura, prestava colaboração.
 
De lá para cá, muita coisa mudou na Bibala. O troço que liga a estrada principal àquela vila, antes feito em duas ou três horas, recebeu novo tapete asfáltico (a escassos metros da sede), e faz-se agora em menos de 50 minutos, fruto do investimento que o Executivo está a fazer no domínio da reabilitação das vias de comunicação.
 
Chegado ao Namibe, fui, tal como da vez anterior, alertado para a necessidade de “andar na linha” lá na Bibala (chamada aqui atenção para não assanhar-se com as damas da banda), sob pena de, na hora H, a “pura”, se transformar numa leoa ou, na pior das hipóteses, não mais regressar à zona de origem, no meu caso, Luanda.
 
O meu companheiro de viagem (o colega delegado Serafim) e o repórter Shofer, Nato da Bibala, quando por mim questionados sobre estas histórias, anuíram positivamente, sublinhando que aquela região é a mais fértil entre todas aslocalidades no que a esta matéria diz respeito.
 
Num outro momento, antes da viagem, numa unidade hoteleira do Namibe, um grupo de jovens, de ambos os sexos, acidentalmente falava disso e pude, na minha mais discreta presença, ouvir outros relatos de acontecimentos similares que ocorreram e ocorrem naquela localidade.
 
Contaram a cena de uma responsável do Estado, algures na região, que (sei lá porquê carga d’água) deu uma bofetada na cara de uma autoridade tradicional, coisa que nunca havia acontecido e, tempos depois, eis que a dama deu o caldo. Histórias que, por mais materialistas que sejamos, não deixam de perturbar o nosso ego.
 
Posto ao corrente de tudo isso, viajei para a Bibala com sentido de disciplina e rigor nas minhas acções, e prometi cá para os meus botões que, acontecesse o que acontecesse, se alguém me esbofeteasse, ainda que eu não tivesse feito nada, lhe
daria a outra face, mas que, voltaria inteirinho para a minha “Nguimbi” (entenda-se Luanda), não vá o diabo tecê-las.
 
Por isso, as perto de 24 horas que passei na sede da Bibala foram, para mim, as mais calmas já passadas, as mais disciplinadas e só pensando no trabalho e nada mais, porque mesmo não acreditando nisso, há um velho ditado que diz que o “seguro morreu de velho”.
 
Porém, para muitos são factos reais, para outros não. Uma questão se levanta: São mitos ou verdades? Cada um tire a sua ilação.
 
Quis entender melhor o fenómeno, ouvindo algumas pessoas experientes e alguns “experts” na matéria, mas, dada a escassez de tempo, pois só lá permaneci uma noite, a delicadeza do assunto e o tacto que a abordagem desta matéria requer, preferi adiá-la para uma próxima oportunidade.
 
Quem sabe se, à Terceira, não será de vez e possa trazer a lume algo concreto sobre isso.
 
O município da Bibala, com uma superfície de 7.612 quilómetros quadrados, tem uma população estimada em 211 mil habitantes que se dedica à actividade agro-pecuária e possui quatro comunas, nomeadamente a sede, Caitou, Kapangombe e Lola.

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