Sob o olhar impávido e sereno do governo do Namibe aliado a
sonolência dos deputados do circulo provincial, todos do "M" as
comunidades assoladas pela seca ainda vão passar por muitas
dificuldades, sem apoios.
Fonte: Club-k.net
pelo
que se vê, talvez só mesmo depois das árvores secarem, rios envenenados
e os homens sucumbidos, os quilitos de fuba de pala-pala, arroz e
feijão poderão cair em megalhas para as comunidades, hoje carentes de
tudo.
Segundo vozes autorizadas, o governoo do
Namibe não sabe prever, pois, só assim se justifica as assimetrias em
termos de apoios as vítimas da seca, onde por exemplo os cidadãos
residentes no Curoca da região do Cunene receberam apoios e outros do
Curoca da região do Namibe mantêm-se famintos, só porque estão sob
alçada da linha limítrofe.
A bajulação dos nossos governantes aos
superiores hierárquicos, comportamento endémico na província do Namibe
relega ao sofrimento de quem precisa apoio neste momento, desprovido de
tudo para matar a fome.
Até a população vizinha do palácio do
governador do Namibe dorme dias e dias não come, pois o Giraul de cima
dista há 10 quilómetros da sede da província.
Nos vales dos leitos dos rios
intermitentes existentes, os lençóis freáticos baixaram, causando
transtornos as comunidades que neles desenvolviam agricultura de
subsistência.
Isto, foi constatado pelo Administrador
do Município do Namibe, Armando Valente descreveu de preocupante a
situação de água no interior do seu Município, onde na luta pela
sobrevivência algumas comunidades aprofundaram os furos artesianos há 30
metros de profundidade e não encontraram águas.
Localmente, segundo aquele governante,
diligências estão em curso, no sentido de se encontrar fórmulas
expeditas que visem ajudar as comunidades no abastecimento de água de
consumo e também para o gado, por intermédio de camiões cisternas
adquiridos muito recentemente, embora solução de pouca monta.
“A nossa população, sobretudo a que está
mais afetada é Mucubal e por natureza é criadora de gado e transumante.
Para se acautelar da água para abeberamento do gado e agua para as
comunidades nós já colocamos em prontidão camiões cisternas que a
Administração adquirido para os sinistrados, estamos a colocar pontos de
agua para o reabastecimento”, garantiu.
Armando Valente revela que a estiagem é
cíclica, por isso, não foi apanhado com as calças nas mãos. O seu
Município já procedeu o levantamento das comunidades afectadas por estas
calamidades naturais, o número está estimado em mais de 50 mil pessoas,
que necessitam neste momento de apoios de emergência para mitigar a
fome.
“Em termos de medidas de contingências,
as pessoas atingidas pela seca, estamos a estima-las em 50 mil,
levantamento que começa desde a zona do giraul, ao Mahungo, Mucungo,
barragem, casas brancas e não só, portanto, estas são as zonas que mais
constituem a nossa preocupação” revelou o governante.
Diz ter constatado ao longo do leito dos
vales dos rios existentes a iniciativa das comunidades na luta pela
sobrevivência, a procura de agua, fazendo furos artesanais com uma
profundidade de 30 metros, mas sem sucesso. O que por si só indicia a
situação critica resultante da estiagem.
Organizações não governamentais,
angolanas e estrangeiras, também estiveram nos últimos dias na província
do Namibe, onde procederam um inquérito de avaliação criteriosa sobre
as consequências da seca na vida das comunidades.
O Director da Caritas de Angola, o
Padre Luís Domingos considera crítica a situação social constatada nas
comunidades do interior da província, afectadas pela estiagem
prolongada, que já leva 2 anos.
O sacerdote alerta que a fome aperta as
famílias vulneráveis, cada dia que passa, nestas regiões não há sinal de
vida, o povo está desprovido, até da própria esperança que é a ultima
coisa a morrer no homem.
Igualmente pároco da missão da Mahita,
no Município da Bibala, diz ser urgente o socorro para acudir vidas
humanas carentes em alimentação e água.
“A situação é crítica, necessita-se de
socorro urgente em comida e agua para acudir os nossos irmãos atingidos
por este flagelo natural. Também, neste pacote de emergência tem que se
enquadrar a construção de novos e reabilitação dos antigos furos de
águas já existentes, que se encontram em situação de inoperância e
degradante” frisou o sacerdote católico.
Os dados de pesquisa apurados nesta
empreitada pelas ONG,s angolanas e estrangeiras que avaliaram a situação
calamitosa da seca na província do Namibe serão encaminhadas as
entidades do executivo central, com expressa recomendação para agir com
urgência em defesa de vidas humanas em eminente perigo de vida pela
fome.
Alem de outras, fizeram parte da
pesquisa organizações não governamentais angolanas ADECO, Caritas,
respectivamente e estrangeiras, nomeadamente Oxfam, OMS, UNICEF, também
participou os serviços de protecção civil e bombeiros.
Perguntamos ao Director da Caritas, Luís
Domingos, qual seria a melhor via para os apoios assistência chegarem
mais rápidos as vitimas das calamidades naturais, continuar com a
centralização ou descentralização, com alguns rodeios respondeu.
"A pergunta foi muito inteligente,
abstenho-me comentar este caso, pois, só os técnicos, os políticos e
governantes devem responder. Mas, acho que a descentralização dos apoios
seria a via mais expedita para os apoio chegarem as vitimas o mais
rápido possível", esclareceu.
Estima-se que mais de cinquenta mil
famílias passam fome no interior da província do Namibe e 10% das quais
sob o risco de sucumbir nos próximos dias se não houver apoios em
alimentação e de água. As famílias localizadas em zonas montanhosas e
inóspitas são as mais visadas.
Paradoxalmente, continuam a ser
descobertos muitos furos alguns deles intactos de água, no interior da
província, sobretudo nas zonas de maior impacto da seca, construídos
pela Administração colonial, mas em estado de total degradação.
A falta de vontade politica pelos
governantes angolanos em dar continuidade a manutenção destes furos de
agua a favor da população depois do fim da Administração colonial em 11
de Novembro de 1975 esta na base da degradação deste bem herdado do
colonialismo português que agora requer reabilitação.
Youtubetv Namibe matéria parceria club-k
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