vista de uma das zonas urbanas da cidade |
Namibe – Mitos e mistérios de tradições ancestrais, potencialidades ecoturísticas raras e um fantástico deserto simbolizado pela Welwitschia Mirabilis fazem do Namibe uma cidade de encantos, à altura de milhares de turistas e pesquisadores apaixonados pela natureza.
Fundada em 1840, no Sudoeste do país, foi das poucas a escapar da "nuvem negra" trazida pela sangrenta guerra civil, ganhando estabilidade para explorar, em plena globalização, umas das suas maiores riquezas: o turismo.
As suas condicionantes naturais, típicas de um deserto arenoso e pedregoso, contrastam hoje com um animador crescimento macroeconómico, principalmente na cidade, fruto de um investimento massivo e diversificado do Executivo, traduzido em centenas de projectos.
Esta metamorfose e o esperado progresso assentam num plano quinquenal de desenvolvimento económico e social, a implementar até 2017, com um investimento global de 907.389.501.890,69 kwanzas.
O programa contempla um total de 788 projectos, que se prevê financiar em duas modalidades distintas. Deste mega capital estratégico, 258.886.263.161,69 kwanzas são da responsabilidade do governo local e 648.503.238.729,00 kwanzas sairão dos cofres centrais do Estado.
A ideia do investimento é garantir a médio prazo um salto qualitativo em vários sectores estratégicos, aumentando a riqueza, o poder de instrução, a assistência médica e medicamentosa, assim como fomentar o auto emprego. Para tal, prevê-se a construção e reabilitação de dezenas de escolas, hospitais, pontes, estradas, caminho de ferro, portos, aeroportos, hotéis e similares, além de habitações.
O objectivo é melhorar a qualidade de vida na cidade e no campo, mas a missão de gerar progresso sustentável e equilibrado será sem dúvida espinhosa, numa localidade em que a seca se apresenta como o principal obstáculo.
Este fenómeno natural típico da região, em função da sua característica climática própria do deserto, incide e altera, quase que frequentemente, a rotina dos povos que fazem da agropecuária a fonte de renda.
Foi pensando na solução do problema desta classe e no sonho de voltar a devolver o estatuto à antiga Baía de Moçamedes, que se iniciou um amplo movimento de requalificação e relançamento económico da província.
Para resgatar este estatuto, um vasto plano foi elaborado por técnicos conhecedores da realidade geopolítica, cultural e económica da província, com o qual se espera, nos próximos cinco anos, tornar o Namibe numa importante indústria ecoturística à espera do Mundo.
Com esta iniciativa, o governo local inicia um processo de transformação progressiva, com investimentos capazes de atrair o capital estrangeiro e gerar recursos para assegurar, sem equívocos, o progresso das comunidades.
Até 2017, um vasto programa de investimentos estará virado ao fomento da agricultura, silvicultura, pecuária, pescas, indústria, comércio, energia, águas, saneamento básico, habitação, ambiente, urbanismo, hotelaria, turismo, transportes e telecomunicações.
No quadro desta política, pretende-se melhorar o apoio às associações, cooperativas, pequenos e médios produtores, relançar a actividade económica ligada ao sector agrário, promover o comércio rural, a produção agrícola, manter o equilíbrio ecológico, fazer a gestão sustentável das bacias hidrográficas e atrair o investimento estrangeiro.
(Um mundo raro de paisagens, animais e plantas)
O território, explorado apenas desde 1785 e povoado a partir de 1839, como a chegada dos primeiros colonos, deu-se a conhecer como o nome de Moçamedes, até 1985.
As suas magníficas e exuberantes paisagens, a civilização dos primeiros habitantes, o potencial agrícola, pecuário e marinho são, ainda assim, um caso de estudo profundo.
À semelhança da Welwitshchia Mirabilis, identificada pela primeira vez em 1859, com um apaixonante par de folhas largas e planas que lhe dão o estatuto de "polvo do deserto", Namibe tem uma notável diversidade ecológica e patrimonial.
Grutas, cavernas, montanhas, quedas de água, cascatas, praias, rios, lagoas, parques, reservas naturais, vales de interesse paisagístico, locais de interesse florístico, históricos e culturais, com destaque para a Serra da Leba (Morro da Chela) e a Baía dos Tigres, resumem bem o encanto deste "cocktail natural".
Será com este vasto mosaico cultural, natural e arqueológico que a província dará boas vindas a quem se dignar visitar os encantos dos seus cinco municípios e 14 comunas, por altura da realização do 41º Mundial de Hóquei em Patins, a decorrer de 20 a 28 de Setembro, em Luanda e no Namibe.
A oferta ecoturística é abrangente, inspiradora e quase que ilimitada, havendo espaço para uma mera observação de praias e monumentos, ou para aventuras mais radicais, num deserto que liga a cidade à encantadora Namíbia.
Prova deste encanto são as 46 praias que circundam a região, com particular destaque para as praias da Lucira, Amélia, Azul e Baba, a que se junta a Foz do Rio Cunene, outro ponto de encanto para os amantes do ecoturismo.
Nesta foz, podem vislumbrar-se resistentes tartarugas verdes, baleias ou simples golfinhos na Baía dos Tigres.
A fauna é reunida principalmente na Reserva Especial do Namibe, com 4.450 km2, tendo como referências apaixonantes rinocerontes pretos (escassos), zebra da montanha, nguelengue do deserto, suricata e avestruz.
Os animais mais radicais ou da linhagem felino podem ser encontrados no Parque Nacional do Yona, um dos mais expressivos, com 15.150 km2. Ali é possível observar, a partir da localidade de Espinheira, vários tipos de animais, como elefantes, impalas, zebras, onças, leões, cabras, avestruzes, orixes e rinocerontes.
Há ainda reduzidas espécies de animais raros, como olongos, nguelengues ou orixes, cabras de leque, avestruzes, zebras da planície, leões e elefantes.
A fauna terrestre da província do Namibe apresenta características únicas a nível das suas componentes específicas, fruto das particularidades biogeográficas da região, cujo povo vive, essencialmente, da agropecuária, pesca e da indústria derivada.
Apesar do seu potencial, a delapidação que esta sofreu nas últimas décadas levou a que espécies emblemáticas estivessem hoje seriamente ameaçadas ou quase extintas (rinoceronte-preto, mabeco, hipopótamo, leão e chita).
(Da demografia ao clima árido do deserto)
A antiga cidade de Moçamedes, envolvida por um deserto secular que lhe dá características peculiares e distintas, está localizada na zona Sudoeste do país, com uma área de aproximadamente 57.091 km2 e uma fronteira marítima atlântica de quase 480 km2.
Com uma população estimada em 1.195.779 habitantes (dados de 2006), distribuída por cinco municípios (Namibe, Tômbwa, Bibala, Virei e Camucuio), faz fronteira com Benguela, Huíla, Cunene e com a República da Namíbia.
Quem "rasga" os seus milhares de quilómetros de estrada, incluindo 1234 km a contar da capital do país, Luanda, pode alcançar o território com alguma facilidade, à volta de paisagens exuberantes, com extensos vales e montanhas.
Diferente de muitas outras províncias do país, o seu clima não é uniforme, podendo ser caracterizado como árido ao longo de uma larga faixa ocidental e semi-árido na parte restante, exceptuando uma estreita faixa da província com clima sub-húmido seco. A temperatura do ar é influenciada pela corrente de Benguela e pelo relevo, mas na zona costeira aumenta normalmente de Sul para Norte.
O seu clima é temperado no litoral e seco no deserto. Namibe tem a particularidade de deter um dos mais ricos climas do país, mas em tempo seco é aí onde o frio se mostra regularmente com maior intensidade, à semelhança das províncias da Huila, Kuando Kubango e Cunene.
De Junho a Agosto, os termómetros podem chegar a rondar os 21 e 16, sendo esta a temperatura aproximada por altura do Mundial de Hóquei, em Setembro.
A magia do ecoturismo e das paisagens da província do Namibe é transversal e quase que inigualável, dando-lhe um aspecto puro, em que se misturam a beleza, a raridade, os mistérios e lendas, numa “metamorfose abençoada”.
Matéria de Por Elias Tumba
Youtubetv Namibe
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