A antiga província de Moçâmedes tem ainda hoje um grande défice de médicos angolanos (11) e especialistas em vários sectores, mas fruto de um melhor investimento do Governo local tende a subir no "ranking nacional" das localidades com índices animadores de combate à malária.
Actualmente, regista uma média inferior a 200 casos de morte por esta doença, contra os mais de 600 de há alguns anos, sendo por isso apontada como uma das três primeiras províncias do país a ter em conta para o lançamento do Programa da Pré-eliminação da Malária.
Os casos por malária, nesta localidade, baixaram em mais de 50 porcento e até 2020 esperam as autoridades locais estar na linha da frente entre as regiões com os mais reduzidos casos de morte, por malária ou outra doença.
Os actuais índices já ilustram algum trabalho de fundo, mas as autoridades locais querem poder sonhar mais e chegar, a médio prazo, à erradicação das principais enfermidades, como malária, VIH, tuberculose, doenças respiratórias agudas e doenças diarreicas.
Esta intenção foi já confirmada à equipa de reportagem da Angop, pela directora provincial da Saúde, Josefa Kangombe, para quem o Namibe está no bom caminho em termos de assistência sanitária e médico-medicamentosa.
"Até 2020 temos que ter os índices de mortalidade o mais baixo possível. Os números da malária baixaram para quase 50 porcento ou mais, graças ao trabalho com o programa da malária, que está a ser assessorado por equipas cubanas".
"A partir do começo deste programa, os níveis e índices de malária baixaram de tal forma que o Namibe está hoje apontado como um dos três primeiros para o lançamento do Programa da Pré-eliminação da Malária", afirma.
(Novos blocos operatórios darão estabilidade ao sector)
A assistência sanitária no Namibe ainda está longe de ser uniforme, havendo, como tal, zonas que requerem alguma atenção especial. O município sede tem as melhores condições, mas o volume de doentes em sua volta obriga a criação de mais infra-estruturas, para descentralizar os serviços.
É nesta senda que as autoridades locais contam construir dois novos blocos operatórios, sendo um no município do Tômbua e outro na localidade da Bibala.
"Estamos a depender de verbas e se conseguirmos ter esses serviços, vamos descongestionar mais o município sede.
Nesta altura, os serviços de cesariana poderiam ser feitos no Tômbua, que iria apoiar o Virei. A Bibala apoiaria Camucuio", expressa a responsável da Saúde.
Para si, este e outros passos colocariam o Namibe em condições privilegiadas de oferecer um serviço sanitário de qualidade e complementar o processo de reforço da equipa médica, em toda a sua extensão territorial.
"O município sede é que requer maior atenção, pois é o espelho da província. Temos que ter lá um serviço a dobrar, pois recebemos pacientes vindos de outras localidades. Temos que ter lá serviços perfeitos, embora queiramos ter em todos os municípios sede periféricos os serviços primários mais procurados", adianta.
"Queremos os serviços primários mais procurados - Raio X, laboratório, estomatologia. Isso acabaria por desafogar o município sede. Tão logo tenhamos esses serviços, estaremos a caminhar à excelência", afirma.
(Fecho do hospital provincial cria constrangimento)
O Hospital Provincial "Ngola Kimbanda" é o de maior referência na província do Namibe. O elevado estado de saturação levou a uma política de remodelação e ao seu consequente encerramento provisório.
A medida terá frutos no futuro, mas essa paralisação temporária está a criar grandes constrangimentos no serviço de atendimento às populações locais.
"No município sede temos um constrangimento decorrente do encerramento do Hospital Ngola Kimbanda. Já se fazia sentir a necessidade de reabilitar esse hospital, visto ter sido construído nos anos 50. De lá para cá, nunca tinha sofrido uma intervenção profunda e carecia de ampliação", esclarece a directora.
A mesma explica que as obras iniciaram-se em 2012 e vão estender-se por algum tempo, mas depois de pronta a unidade "nada ficará a dever a nenhuma outra do mesmo nível em Angola".
"Esse será transformado em hospital de especialidade, porque todo serviço primário será a nível da periferia, onde será feita toda filtragem e encaminhados apenas os serviços de especialidade que carecerem de atenção terciária", acrescenta.
Explica, por outro lado, que o sector subdividiu o serviço em três polos, para contrapor os actuais constrangimentos.
"Encerramos um centro de saúde na periferia, para onde transferimos os serviços de medicina e todas as sub-especialidades de medicina. Abrimos também uma unidade para serviço de cirurgia e todas as suas especialidades (oftalmologia, ortopedia e outros)", explica.
"Abrimos ainda numa ala da pediatria um banco de urgência (Ngola Kimbanda). Está assegurado o serviço, porque à volta do município sede temos ainda cinco centros de saúde que podem e têm apoiado", garante.
Diz estarem bem em termos de assistência fora do município sede, onde existem serviços próximos da população, à excepção de pequenas localidades onde faltam serviços, devido às características demográficas.
"As políticas têm sido no sentido de concentrar ao máximo a população junto daqueles sítios onde há os serviços. Está previsto levarmos o serviço ao município do Tômbua, na região de Monte Negro, já em 2014", concluiu.
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