A comuna da Lucira, 210 quilómetros a norte da cidade do Namibe, vai contar, dentro de dois meses, com uma unidade de congelação de pescado, segundo informou hoje à Angop, o responsável da empresa “ Lucimar “ na localidade, Carlos Simões.
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O responsável disse que a empresa Lucimar, vocacionada para a pesca semi-industrial, recebeu, em 2007, um barco para a referida actividade, a partir da África do Sul, e dentro das suas possibilidades financeiras está a desenvolver um projecto de implantação de uma rede de frio, o que permitirá instalar uma unidade de congelação para cerca de oito toneladas dia de pescado.
“Neste momento já temos os túneis de congelação aqui na Lucira e um gerador. Há necessidade de mais equipamento, pois, um gerador não é suficiente. Estamos a negociar com algumas empresas a aquisição de mais materiais para o seu suporte, e temos a previsão que, dentro de dois meses, este sistema venha a funcionar” garantiu Carlos Simões.
A empresa dedicou-se, geralmente, em actividade da salga e seca de peixe mas, devido a alguns constrangimentos registados ao longo destes anos, concretamente na sua comercialização, houve a necessidade de se alterar os seus objectivos agora para a captura, transformação e congelação do pescado, disse o empresário.
O funcionamento da unidade de congelação de pescado, referiu Carlos Simões vai permitir aumentar o número de emprego, dos mais de cinquenta já existentes.
Falando dos níveis de captura de pescado, realçou que no ano passado estes foram muito baixos e os dois primeiros meses deste ano, Janeiro e Fevereiro, foram relativamente "bastante bons", acima da média.
Porém, durante o mês de Março os níveis voltaram a cair para as médias do ano passado e, de acordo com o responsável, o segundo trimestre e o princípio do terceiro é um período de baixas capturas, o que geralmente acontece em todos anos, e espera o quarto trimestre aumentar a capturar.
“Apesar de termos alguns problemas da falta de peixe no mar, mas também há outros como deficiente funcionalidade dos nossos tripulantes, que tem provocado a baixa captura do pescado. Contudo, achamos que, paulatinamente, vamos resolver isto com alguma formação dos nossos marinheiros” acrescentou Carlos Simões.
Ainda sobre a problemática da pesca no país, o empresário disse que tal situação tem sido abordada nos encontros mantidos com o Ministério das Pescas, “ pois, com os mesmos barcos e as mesmas pessoas intervenientes no mar, os níveis estão a baixar. Então não é só o peixe que nos falta, em causa está também o factor homem particularmente a nossa tripulação que não está a melhorar a sua efectividade.
Para tal, é necessário a formação dos homens do mar, para terem maior técnica na captura do pescado e fazer assim compensar todo um esforço feito por eles, enquanto marinheiros”.
Apontou ainda algumas dificuldades na comercialização do peixe seco o que não se verifica com o congelado sendo o maior mercado as províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Huila e Huambo.
A comuna da Lucira possui mais de 12 mil habitantes na sua maioria pescadores e agricultores.
