A estreia nessa segunda-feira (7) de novos voos para o interior do Ceará pela Azul Conecta demonstra ao mercado de aviação civil o grande interesse da companhia pelo Estado.
Nessa segunda-feira, a aérea iniciou as operações para a cidade de São Benedito. Nesta terça-feira (8), é a vez da estreia dos voos para Iguatu, no centro-sul do Ceará.
Essa segunda leva de voos regionais foram noticiados com exclusividade pela coluna em agosto.
As operações serão para Sobral, Crateús, São Benedito e Iguatu. Redobramos a aposta no bom êxito das operações para Sobral que terá três frequências semanais, ao contrário das demais cidades, que operarão com duas frequências por semana.
Os quatro novos destinos serão somados a dois destinos iniciados em setembro: Aracati e Jeri (aeroporto de Cruz-CE).
A governadora em exercício do Ceará, Nailde Pinheiro, comentou que o momento é histórico, uma vez que o turismo de lazer e religioso poderá se desenvolver com os voos para o interior.
ARACATI E JERI
Após dois meses do início das operações para Aracati e Jeri, o saldo inicial ainda não é excelente. Aracati teve resultados negativos em setembro, com ocupação inferior a 15%, reduzindo as 60 decolagens mensais para apenas 16 neste mês. A coluna fica na torcida por melhores números e melhores conexões entre Fortaleza e Aracati.
Já Jeri teve números bons, com média de cinco passageiros por dia - lembrando que as aeronaves Gran Caravan tem capacidade para até 9 pessoas - , praticamente 60% de ocupação. Números encorajadores, porém haverá leve redução de voos no mês de novembro, chegando a 25 decolagens.
A expectativa da Azul é que na alta estação haverá fila de espera para os destinos. Ponto para a companhia.
Além disso, há avanços na internacionalização do Aeroporto de Jericoacoara, inclusive com a negociação de voos internacionais para o destino.
VOOS PARA MOSSORÓ AINDA EM NOVEMBRO
Neste mês, também teremos o início do trecho semanal entre Fortaleza e Mossoró (RN).
A gerente da Azul em Fortaleza, Janaína Linhares, informou que tem boas perspectivas para a rota, dado o protagonismo da cidade potiguar no Nordeste. “Recebemos pedidos de passageiros da região por um voo de Fortaleza para Mossoró”.
Inclusive, sugerimos à Azul uma redução das frequências para a Aracati de forma a permitir mais voos para Mossoró, sobretudo com melhores horários para os passageiros.
PARCERIA DA AZUL COM O CEARÁ
Não é de hoje que notamos a grande aproximação que há entre o Governo do Ceará e a Azul Linhas Aéreas. Certamente, esse movimento foi favorecido após o enxugamento da malha da Gol no Estado. O mercado se reacomoda e busca novas oportunidades.
A Azul já tem crescido em várias capitais do País, como Porto Alegre, Goiânia e Cuiabá. Em Fortaleza, há um movimento de ampliação da malha.
Em conversa durante a apresentação dos novos voos regionais, executivos da companhia e representantes do Governo do Ceará trocaram boas ideias do que poderia se configurar um hub da Azul em Fortaleza.
"Agora vocês já possuirão 17 voos diários em Fortaleza. Com mais oito voos, passariam a fazer jus a ter isenção de ICMS na Capital", comentou um representante do Governo do Ceará.
"São 50 voos diários, entre decolagens e pousos, com uma média de 25 decolagens por dia. Inclusive, a quantidade de voos internacionais agora está escalonada e não seriam necessários 5 voos internacionais. Vocês começariam com um voo por semana, conforme decreto do Confaz, e iriam crescendo conforme a legislação", informou uma das fontes do governo.
Os termos do Convênio ICMS nº 20, de 7 de abril de 2022, foram flexibilizados por causa da grande queda dos números da aviação civil no pós-pandemia.
Os executivos da Azul, atentos ao decreto do governo do Estado, comentaram sobre voos de Fortaleza para destinos na América do Sul.
"Temos visto o interesse em Montevidéu (Uruguai) crescer muito entre os brasileiros. A Argentina está com uma situação difícil", disse o executivo.
Na conversa, também fora comentado que o decreto cobra que os voos internacionais sejam realizados em aviões de fuselagem larga. No entanto, a resposta da companhia é que as grandes aeronaves estão escassas pela alta demanda para operação mundial e escassez de pilotos.
“A Azul poderia focar em um destino na Europa ou para os EUA. Estamos com carência de assentos para lá. As operações saem todas lotadas aqui, tínhamos até três voos diários para a Europa, hoje temos menos de dois. A TAP gira todo dia lotada. Eles têm o maior ticket do Brasil em Fortaleza”, disse uma fonte do governo.
Na conversa, a Azul deu claro sinais de que poderia ampliar seus voos em Fortaleza. Seguimos acompanhando e torcendo para que a companhia aumente sua fatia de participação na Capital.
DESENVOLVIMENTO DE VOOS REGIONAIS
O diretor de Relações Institucionais da Azul, César Grandolfo, comentou que o DNA da companhia é continuar expandindo rotas regionais, levando a aviação para o interior do Brasil.
Grandolfo informou que a Azul tem boas perspectivas para os novos voos da Conecta, que se desenvolverão gradualmente.
“As pessoas começam a contar com os voos, uma hora os voos pegam. Por isso, estamos investindo muito em divulgação”, afirmou.
Ao mencionar os quatro novos destinos no Ceará, Grandolfo espera desenvolvimento diferenciado de Sobral, chegando a prever bons resultados, com a possível utilização de aviões, como o ATR-72, que tem capacidade maior de passageiros.
“O natural é a gente ver um destino se desenvolvendo, até o ponto que a demanda aponta a necessidade de aeronaves maiores”, acrescentou.
Segundo ele, os bons resultados registrados na cidade de Patos, interior da Paraíba, podem ser alcançados no Ceará.
“Sim, Patos foi um dos destinos que iniciou com 3 voos por semana. O avanço foi paulatino, ao longo do tempo. O destino foi respondendo e chegou a um voo diário”, disse.
O executivo também afirmou que, embora o Nordeste esteja passando por uma curva de aprendizado em relação a voar no Caravan, em países como Estados Unidos, os aviões menores fazem parte da rotina de milhares de passageiros, o que, de acordo com ele, deve ocorrer também no Brasil.
O desafio da companhia é fazer com que o brasileiro voe mais, uma vez que a média de voos no País ainda é baixo.
A divulgação das operações no mundo corporativo faz toda diferença para alcançar bons resultados para a Azul Conecta, uma vez que o ticket médio dos voos é alto.
Da mesma forma, a Azul precisa reforçar a conectividade dos voos para o viajante que deseja acessar grande capitais do país como Belo Horizonte, Recife e São Paulo.
César Grandolfo informa que a maioria dos viajantes da Conecta realizam conexões em Fortaleza para acessar diferentes estados do País.
NOVO AEROPORTO DE SOBRAL
O secretário de Infraestrutura do Governo do Estado, Lúcio Gomes, disse que as operações em Sobral não se iniciarão pelo novo aeródromo da cidade, inaugurado em abril deste ano.
Porém, o estado já teria cumprido todas as etapas para a homologação do novo aeroporto, estando a cargo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a liberação final, que se daria em “pouco tempo”, segundo ele.